As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 2: A Face Amarela Pág. 51 / 274

Virámos uma esquina no caminho enquanto ele falava, e lá estava o edifício, mesmo ao nosso lado. Uma barra amarela caindo sobre um fundo negro mostrava que a porta não estava completamente fechada, e uma janela no andar superior estava bastante iluminada. Quando olhamos vimos uma mancha negra que se movia no escuro.

- Ali está a criatura! – exclamou Grant Munro. – Podem ver por vós próprios que alguém está ali. Agora, sigam-me, e brevemente saberemos tudo.

Aproximámo-nos da porta mas, de repente, uma mulher saiu da sombra e ficou na faixa dourada emitida pela luz do candeeiro. Não conseguia ver o seu rosto na escuridão, mas seu braços estavam atirados para fora, numa atitude de súplica.

- Pelo amor de Deus, não o Jack! – chorava. – Eu tinha um pressentimento que virias esta noite. Pensa melhor, querido! Confia novamente em mim, e não te irás arrepender.

- Eu confiei em ti por muito tempo, Effie – respondeu ele, com firmeza. – Deixa-me ir! Tenho que passar. Eu, e os meus amigos, iremos resolver esta questão de uma vez por todas! – Desviou-a para o lado, e nós passamos logo atrás dele.

Quando abriu a porta, uma mulher idosa correu para a frente dele, tentando bloquear a passagem, mas ele empurrou-a facilmente para trás e, no instante seguinte, estávamos a subir as escadas. Grant Munro correu para a sala iluminada no topo, e nós entramos logo a seguir.

Era um compartimento confortável, bem mobilidado, com duas velas acesas sobre a mesa e outras duas sobre a lareira. No canto, inclinada sobre uma mesa, esta aquilo que parecia ser uma menina. O seu rosto estava virado para o outro lado quando entramos, mas pude ver que estava vestida com um hábito vermelho e luvas vermelhas.





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