O Vale do Terror - Cap. 2: Capítulo 2 – Sherlock Holmes Discorre Pág. 13 / 172

O homem teria dado um bom sacerdote, com o seu rosto fino, cabelo grisalho e a maneira solene de falar. Ao pôr-me a mão no ombro, quando nos despedimos, tive a impressão de que se tratava de um pai a abençoar o próprio filho antes de deixá-lo partir através do mundo cruel.

Holmes riu consigo próprio e esfregou as mãos.

- Magnífico - exultou! - Diga-me, amigo Mac Donald; essa agradável entrevista ocorreu no gabinete do Prof. Moriarty?

- Precisamente.

- Uma linda sala, não é verdade?

- Muito bonita... muito elegante, de facto, Mr. Holmes.

- Você sentou-se diante da escrivaninha?

- Justamente.

- O sol batia-lhe nos olhos e o rosto do professor estava na sombra?

- Bem, a coisa foi à noite; lembro-me, porém, de haver uma lâmpada cuja luz fora dirigida para mim.

- Não podia deixar de ser. Chegou a notar um quadro que fica por cima da poltrona do professor?

- Muito pouca coisa me escapa. Mr. Holmes. - possível que tenha aprendido isso consigo. De facto, vi o quadro- uma jovem com a cabeça apoiada nas mãos e que parece fitar-nos com o canto do olho?

- Essa pintura é de Jean Baptiste Greuze.

O inspector esforçava-se por mostrar-se interessado.

- Jean Baptiste Greuze - continuou Holmes, unindo as pontas dos dedos e recostando-se melhor na poltrona,- eira um pintor francês que se distinguiu entre 1750 e 1880. Refiro-me, é claro, ao período da sua actividade. A crítica moderna tem reforçado amplamente a excelente reputação que dele formaram os seus contemporâneos.

Os olhos do inspector traíam o desinteresse.

- Não seria melhor... - interveio.

- É justamente o que estamos a fazer – interrompeu Holmes. - Tudo isto tem uma relação muito directa com o que o senhor chama o mistério de Birlstone.





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