O Vale do Terror - Cap. 1: PRIMEIRA PARTE - A TRAGÉDIA DE BIRLSTONE - Capítulo 1 – O Aviso Pág. 4 / 172

É evidente que se trata de um criptograma baseado em palavras contidas num livro qualquer. Contudo, sem que eu saiba de que livro e de que página foi extraído, nada poderei fazer.

- Noto ser um criptograma numérico - observei -, mas, nesse caso, por que estão redigidas as palavras Douglas e Birlstone?

- Naturalmente porque essas palavras não estão contidas na, referida página.

- Então por que não indicou ele o livro?

- A sua perspicácia instintiva, caro Watson, aquela inata agudeza de espírito que faz a delícia dos seus amigos impedi-lo-ia, com toda ai certeza, de colocar a mensagem cifrada e a respectiva chave no mesmo sobrescrito. Se fosse cair nas mãos de outra pessoa, você estaria perdido.

»Já passa da hora da segunda visita do carteiro e ficarei muito surpreendido se ele não nos trouxer outra carta com uma explicação ou, o que é mais provável, o próprio volume ao qual estas cifras se referem.

A previsão de Holmes realizou-se em poucos minutos, com o aparecimento de Billy, o criado, exactamente com a carta que esperávamos.

- A mesma caligrafia, observou Holmes, abrindo o sobrescrito, e desta vez assinada - acrescentou, exultante, ao desdobrar a carta. - Estamos a fazer progressos, Watson.

No entanto, ao passar os olhos pelo papel, o semblante anuviou-se-lhe.

- Ora! Isto é francamente desanimador! Receio, Watson, que todas as nossas esperanças se reduzam a nada. Parece-me que o nosso homem não nos será útil de modo algum. Ora leia:

Caro Sr. Holmes:

Não quero continuar com este assunto, por ser demasiado perigoso. Ele desconfia de mim. Leio claramente a suspeita nos seus olhos. Aproximou-se inesperadamente mal eu tinha endereçado este sobrescrito com a intenção de remeter-lhe a chave da mensagem cifrada.





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