O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 81 / 172

Mrs. Douglas estivera à escuta, pela porta semiaberta e acebava de entrar na sala.

- Você já fez demasiado por nós, Cecil- proferiu. - Aconteça o que acontecer no futuro...

- Tem toda a razão - observou gravemente Sherlock Holmes. - Compreendo perfeitamente os seus sentimentos e peço-lhe que deposite confiança na sensatez das nossas leis e se coloque nas mãos da Polícia. É possível que eu próprio tenha certa culpa por não ter acolhido a oferta que me fez, por intermédio do meu amigo Watson, mas nesse momento eu ainda pensava que a senhora estivesse directamente envolvida no crime. Agora estou convencido do contrário. Ao mesmo tempo, ainda há muita coisa sem explicação. Peço-lhe que convença Mr. Douglas a expor-nos os, factos.

Nesse instante, surgiu um homem que parecia ter emergido da parede. Mrs. Douglas voltou-se e correu a abraçá-lo, Barker apertava a mão que o homem lhe estendera.

- É melhor assim, Jack – repetia a esposa. – Tenho a certeza de que é a melhor solução.

- Também estou certo disso, Mr. Douglas - acrescentou Holmes.

O homem ficou alguns momentos a pestanejar com o olhar de quem sai repentinamente das trevas para a luz. Tinha olhos cinzentos, bigodes fortes, curtos e grisalhos, queixo quadrado e saliente. Olhou-nos demoradamente e, depois, para meu grande pasmo, avançou para mim e entregou-me um rolo de papéis.

- Ouvi falar do senhor - disse-me com certa pronúncia americana. - O senhor é o historiador deste caso. Pois bem, Dr. Watson, é a primeira vez que uma narrativa deste género passa pelas suas mãos. Os factos são esses: conte-os a seu modo e verá que agradarão aos seus leitores.

» Estive fechado durante dois dias e empreguei as horas (se é que se pode falar em horas do dia naquela ratoeira) a pôr a coisa em palavras.





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