XVII
Mármores de Praxísteles, esmeros
De Fídias, de Cánova, oh que beldades
Retratais imperfeitas! - Mas que os fados
Vos outorgassem a invejada sorte
Do venturoso Pigmalião obtida,
Quando há-de o apuro do cinzel mais destro
Tais mimos igualar? Aquele gesto
Que as estrelas, o céu e o ar namora.
Aquele afrontamento do caminho
Que a beleza lhe aviva? Como as graças,
Os espíritos vivos que inspiraram
Dos olhos onde faz seu filho o ninho?
Vê-la diante do padre omnipotente
Como na selva do Ida se amostrara
Ao mui feliz troiano!... que, se a vira
Tal o que já por vista menos bela
Vulto humano perdeu, nunca seus galgos
Bárbara lei! - o houveram devorado
Que primeiro desejos o acabaram.
XVIII
Os crespos fios d’ouro desparzidos
Pelo colo