Sangue Azul - Cap. 22: 10 Pág. 259 / 287

Pareceu-lhe, no entanto, detectar culpa no rosto de Mrs. Clay, enquanto ela a escutava. Foi fugaz, dissipou-se num instante, mas Anne imaginou ler nela a consciência de que tinha, por causa de qualquer complicação de um expediente mútuo, ou de alguma despótica autoridade da parte dele, sido obrigada a ouvir (talvez durante meia hora) os seus sermões e proibições sobre os seus desígnios a respeito de Sir Walter. Ela exclamou, porém, com uma imitação muito aceitável de naturalidade:

- Oh, meu Deus, é verdade! Imagine, Miss Elliot, que, para minha grande surpresa, encontrei Mr. Elliot em Bath-street! Nunca na minha vida me senti mais admirada. Ele voltou para trás e caminhou comigo até ao Pump-yard. Tinha sido impedido de partir para Thornberry, mas confesso que me esqueci porquê, pois estava cheia de pressa e não lhe podia prestar muita atenção. A única coisa que posso asseverar é que ele está decidido a não se atrasar no regresso. Queria saber a que horas podia ser recebido amanhã. Não falou noutra coisa senão em «amanhã», «amanhã». E é evidente que também não tenho ouvido outra coisa desde que entrei em casa e soube da amplitude dos vossos planos, assim como de tudo o que aconteceu, caso contrário o facto de o ter encontrado não me teria saído tão completamente da cabeça.





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