O Vale do Terror - Cap. 2: Capítulo 2 – Sherlock Holmes Discorre Pág. 15 / 172

Já lá estive três vezes: duas, à sua espera sob diferentes pretextos, mas retirando-me antes que ele aparecesse. E uma vez... bem, é difícil explicá-lo a um agente da Polícia oficial. Foi nessa última ocasião que tomei a liberdade de examinar os seus papéis com resultados Inteiramente imprevistos.

- Encontrou algo de comprometedor?

- Absolutamente nada. E foi o que me espantou. Em todo o caso, você já percebeu porque dou tanta importância ao quadro. Isso prova ser homem riquíssimo. Como conseguiu fazer fortuna? É solteiro: o irmão mais novo é chefe de estação no Oeste da Inglaterra, a cátedra de professor rende-lhe setecentas libras por ano e, no entanto, possui um Greuze.

- E então?

- A conclusão é clara.

- O senhor quer dizer que ele deve ter uma: renda fabulosa e que essa renda é obtida por meios ilícitos?

- Exacto. Naturalmente, tenho outras razões para pensar assim: dezenas de finíssimos fios que conduzem ao centro da teia onde a peçonhenta criatura aguarda as suas presas. Limito-me a citar o Greuze, porque converge para as suas próprias observações,

- Pois bem, Mr. Holmes. Reconheço ser muito interessante o que me diz. Mais do que interessante: fantástico. Trata-se de adulteração de moeda falsa ou roubo? De onde lhe vem o dinheiro?

- Já leu alguma coisa sobre Jonathan Wild?

- O nome não me é desconhecido. Deve ser qualquer personagem de novela! Eu não dou muita atenção a contos policiais, onde aparecem tipos que nunca nos explicam como obter resultados positivos. E, apenas imaginação, não é coisa real.

- Jonathan Wild não era um polícia, nem personagem de conto policial. Era um criminoso consumado e viveu no século passado, cerca de 1750.





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