Já então Turno levava o grosso do exército contra os que já tinham desembarcado. Fileiras cerradas, a pé e a cavalo, arqueiros e lanceiros, a poderosa força de guerra alinhava-se diante dos etruscos. Eneias foi o primeiro a investir contra os Ítalos, matando muitos deles. Vénus, vigilante a seu lado, protegia-o e defendia-o dos golpes inimigos. As setas e dardos choviam-lhe em cima, mas a deusa fazia-os desviar, como o vento que afasta as gotas de chuva.
Messapo, filho de Neptuno, partiu então a galope, acompanhado da sua selvagem corte, para cima do herói, disposto a terminar com os seus dias. Turno, por seu lado, estimulava as suas forças a empurrar os invasores para o mar. Mas eram iguais as energias. Nem se avançava, nem se recuava. Como os ventos desencadeados que lutam na amplidão do espaço com animo e forças iguais, não cedendo uns aos outros, nem as nuvens nem o mar, ali também a peleja se mantinha duvidosa. Era osso contra osso, medula contra medula, músculo contra músculo, nenhum cedendo, nenhum avançando. :
Ninguém poderia dizer, ao olhar para a batalha desesperada, quem seria o vencedor ou o vencido.
Noutro lugar da planície, onde outrora uma torrente de água inundara o campo enchendo-o de pedregulhos e de árvores arrancados, lutavam os cavaleiros de Palas. Ali o solo irregular dificultava o uso dos animais e os guerreiros, pouco afeitos à luta a pé, cediam perante os latinos. Bradou-lhes, então Palas esta exortação:
— Para onde fugis, companheiros? Por vós, pelas vossas ínclitas proezas, pelo nome do vosso rei, pelas batalhas que já vencestes, por todas as minhas esperanças, resisti! A recuar, não se escapa! Avancemos e abramos caminho salpicado de cadáveres desses cães latinos ululantes. Não são deuses que atacamos, mas simples mortais como nós. Eles não têm nem mais mãos, nem mais vidas!