Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 226

Capítulo 12: O Combate Final

Página 226

Quem poderia narrar em versas, ó Júpiter, o que se passou naquela manha na planície, onde o trai no e o rótulo dizimavam ondas de adversários? Porque te aprouve, ó Pai, que não se conservasse a paz alcançada? Todas as fileiras e as últimas reservas estavam empenhadas. Mnesteu, o impetuoso Seresto e Messapo, domador de cavalos, o corajoso Asilas e a falange dos toscanos e os esquadrões de cavaleiros árcades, todos se misturam num único e gigantesco combate.

Vénus fez então nascer na mente do filho a ideia de levar o seu exército até aos muros da cidade e surpreender os latinos com essa súbita arremetida. Eneias encarou a cidade, momentaneamente afastada dos horrores da guerra, tranquila. Imediatamente lhe surgiu o pensamento de uma luta menos custosa. Chamou os principais chefes, Mnesteu, Sergesto e Seresto e fê-los reagrupar todos os troianos a uma certa distancia das muralhas, numa elevação. E aí lhes dirigiu a palavra:

— Que nada nos retarde, companheiros! O poderoso Deus dos Céus está do nosso lado e depende de nós o destino desta cidade que aqui vedes. A menos que nos reconheçam vencedores e se submetam ao nosso jugo, o dia de hoje verá cair essa cidade pela força das armas. Os seus telhados serão incendiados e o povo escravizado A ruína reinará por toda a parte. Porque deverei eu esperar por novo acordo, porque esperar que Turno, vencido, se resolva a oferecer-me novamente um combate singular? Dentro dessas muralhas está a fonte e causa de todas as dificuldades. Destruamos a cidade e teremos a paz.

Uma poderosa legião compacta de guerreiros em forma de cunha atacou os portões, enquanto outros lançavam archotes ardentes aos telhados ou escalavam os bastiões com escadas. Eneias, de pé no meio dos atacantes, incentivava-os e, em altas vozes, acusava o rei Latino. Tomando os deuses por testemunhas, escusava-se da responsabilidade por aqueles combates, pois os ítalos tinham violado dois tratados de paz. Surgia a discórdia entre os sitiados. Uns queriam entregar a cidade e abrir as portas aos troianos, chegando a trazer para as muralhas o próprio rei, mas outros conduziam as armas e a defesa continuava.

<< Página Anterior

pág. 226 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 226

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215