Em segundo, chegou Hélimo e em terceiro, Diores. Sálio, já refeito, reclamou aos gritos contra o esbulho sofrido e pedia aos chefes que lhe restituíssem o galardão que lhe cabia por direito. O público, no entanto, nada sabendo do motivo da queda, favoreceu Euríalo, que negara ter ludibriado quem quer que fosse e era ajudado pela sua juventude e beleza e pelos fortes apelos que Diores dirigia aos assistentes. Acalmando o vozearia, falou então Eneias:
— Ó jovens, a ordem das honras não será alterada. A ti, Euríalo, eu proclamo vencedor e receberás o primeiro prémio e, portanto, tu, Sálio, és o segundo. Mas, penalizado pela tua má sorte, dar-te-ei um prémio de valor igual ao do primeiro.
Então, entregou-lhe uma linda pele de leão dos desertos da Líbia, carregada de pelos fulvos e de garras encastoadas a ouro. Disse Niso nessa altura
— Se os vencidos têm tão grandes prémios e se te compadeces dos que caíram, que prémios receberei eu, a quem a fortuna madrasta enganou, da mesma forma que a Sálio?
E mostrava, ao mesmo tempo, o rosto e os membros sujos de lama e de sangue. Rindo, Eneias ordenou que lhe dessem um escudo, obra de Didimáon, arrancado pelos gregos da porta do templo de Neptuno.
Em seguida, era a vez das lutas de boxe. Disse então Eneias:
— Agora, vejamos quem dentre vós tem força e coragem para lutar com os punhos envoltos em peles.
Separou então os prémios: para o vencedor, um novilho com os chifres e cascos encastoados a ouro e, como prémio de consolação, para o vencido, uma espada e um capacete de plumas.