Deus não lhes deu nem canhões de vinte e quatro, nem baionetas. No entanto, eles fabricaram canhões e baionetas para se destruírem. Poderia ainda falar das bancarrotas e da justiça, que se apodera dos bens dos falidos para defraudar os credores.
- Tudo isso era indispensável- replicava o doutor zarolho -, e os males particulares fazem o bem geral; de maneira que quanto mais males particulares houver, mais o bem geral aumentará.
Enquanto ele assim discorria, o céu escureceu, os ventos começaram a soprar dos quatro cantos do mundo e o barco foi assaltado pela mais horrorosa das tempestades à vista do porto de Lisboa.