- «Oh! não abandoneis o pobre escravo!»
XI
Do homem, que é mau do berço à sepultura,
Uma só coisa à natureza deixam
Os hábitos ruins que não pervertam:
Do coração é o primeiro impulso.
O gesto aflito do Índio suplicante
Dos remeiros contrai as mãos calosas,
E involuntária a compaixão se pinta
No parecer de todos. - Mas não tarda
A sufocar a débil voz do instinto
O que chamaram reflexão no mundo:
Melhor dirias reacção dos hábitos
Que um instante vergou a natureza.
- «Avante!» clama o torvo mestre. «Avante!»
Como que envergonhado do momento
Que involuntário ao coração cedera.
- «À fé que não» gritou co acento austero
Que tão bem fica aos lábios da virtude,
Quando ante a prepotência ousam de abrir-se,
«À fé que não» bradou, e em pé se erguia austero
O nobre, melancólico soldado,
Sem desfitar do humilde escravo a vista,
«Encontrai a tomá-lo.