Eia, as coroas
Rei dos Lusos, os carros lhe prepara,
Que à pátria volve com despojos cento
A humilhar a teus pés. Que vejo! é essa
A púrpura que o cinge! é esse o templo
Onde em triunfo o conduzis, ingratos!
Num hospital, de andrajos vis coberto
Morre Pacheco do seu rei na corte...
XVII
Almeida vem depois co nobre filho,
Que do índico oceano as águas tinge
Do sangue imigo e seu. Atroz vingança
Corre co iroso pai: Dabul, Cambaia,
Enseadas de Diu, ei-lo no ferro
Destruidor vos traz exício e morte.
Inveja vil de pérfidos validos,
Não é tua esta vítima; seus ossos,
Não lhos possuirás, ingrata pátria.
Seu fado negro foi, mas antes ele;
Antes perder a vida às mãos selvagens
Do rudo cafre na deserta areia,
Que à fome... à fome, e no seu pátrio ninho!
XVIII
Mas oh! que luz tamanha que abrir sinto!
Luz é do fogo e das luzentes armas
Com que Albuquerque vence o altivo Persa.