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Capítulo 10: CANTO DÉCIMO

Página 164
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VI

Entanto as velas

Já pelo Tejo undívago branqueiam;

As falanges de intrépidos guerreiros

Cobrem suas longas praias. Lamentando

Estão d’em torno as mães, estão esposas

Os filhinhos nos braços amostrando

Aos pais, que o gesto angustiado voltam

Para os não ver, que se lhes parte alma.

VII

Mas quem são esses dous, que aí na praia

Tão estreitos se abraçam? Correm lágrimas

Por olhos que a vertê-las não costumam;

Em peitos se reprime o adeus sentido,

Peitos que o não contêm.

- «Adeus!... A vida

É mais difícil, filho, do que a morte:

Suportai-a; mostrai-lhes que sois homem,

Que sois cristãos: perdoai...»

- «Perdoar eu!... Nunca.

Malvados que me roubam tal amigo!

Único amparo só que me restava;

Que d’envolta coa pátria, coas esp’ranças

Dum povo inteiro, a vil sepulcro o levam!

Oh! perdoar-lhes, nunca: o derradeiro

Acento de meus lábios moribundos

Será de maldição sobre essas frentes

Carregadas de crime.

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pág. 164 (Capítulo 10)

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Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 164

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161