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VI
Entanto as velas
Já pelo Tejo undívago branqueiam;
As falanges de intrépidos guerreiros
Cobrem suas longas praias. Lamentando
Estão d’em torno as mães, estão esposas
Os filhinhos nos braços amostrando
Aos pais, que o gesto angustiado voltam
Para os não ver, que se lhes parte alma.
VII
Mas quem são esses dous, que aí na praia
Tão estreitos se abraçam? Correm lágrimas
Por olhos que a vertê-las não costumam;
Em peitos se reprime o adeus sentido,
Peitos que o não contêm.
- «Adeus!... A vida
É mais difícil, filho, do que a morte:
Suportai-a; mostrai-lhes que sois homem,
Que sois cristãos: perdoai...»
- «Perdoar eu!... Nunca.
Malvados que me roubam tal amigo!
Único amparo só que me restava;
Que d’envolta coa pátria, coas esp’ranças
Dum povo inteiro, a vil sepulcro o levam!
Oh! perdoar-lhes, nunca: o derradeiro
Acento de meus lábios moribundos
Será de maldição sobre essas frentes
Carregadas de crime.