Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: CANTO DÉCIMO

Página 168
.. - Amigo

Direi, amigo sim: peja-te o nome,

Orgulho do homem vão, por dado ao escravo?

E que és tu mais? - Era de ver, e digno

Espectáculo adonde se cravassem

Os olhos todos dessa raça abjecta

Que se diz de homens, a figura nobre

Do guerreiro, em que toda se debuxa

A altivez, a grandeza, a força d’ânimo,

Com o andrajoso, humilde e pobre escravo

Em atitude tal. Rira-se o mundo;

O homem de bem, de coração, chorara.

XII

- «Oh meu amigo, oh meu António» disse,

No remendado seio a face altiva

Escondendo, o guerreiro. «Oh! esta noite

Aonde, em que poisada a passaremos?»

- «Meu bom senhor, um gasalhado tenho

Achado já; que bem vi que não íeis

Nunca mais ao mosteiro. Digno, certo,

De vós não é; mas sabeis...»

- «Sei, amigo,

Que só tu, neste mísero universo,

- E o sepulcro também - alfim me restam»

XIII

Juntos à margem vão do Tejo andando

A lento passo.

<< Página Anterior

pág. 168 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 168

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161