Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: CANTO DÉCIMO

Página 169
A noite era formosa,

Clara e brilhante a lua. Oh! que memórias

N’alma do vate, esse astro, a hora, o sítio

Não suscitam amargas? Perto passa

Daquela gelosia, aquela mesma

Donde os doces penhores, donde a carta

Recebera fatal. Quão demudada,

Quão diferente está do que já a vira,

Essa praia tão plácida e saudosa!

Um plátano frondoso que i crescia,

Em cujo liso tronco tantas vezes

Se encostou, aguardando a hora tardia,

- Prazo dado d’amor, que é tardo sempre!

Cuja sombra, em luar pouco propício

A amantes, o ocultou de agudas vistas

De curiosos profanos e inimigos...

Ai! seca jaz em terra, e despojada

De viço e folhas a árvore querida.

Tudo, tudo acabou, menos a mágoa,

Menos a saudade que o consome.

XIV

Sua pobre habitação os dous entraram;

E tristes horas, dias, meses passam

Arrastados e longos, - qual o tempo

Para infelizes anda - sem que a sorte

Mais ditosos os visse, ou a amizade

Menos unidos.

<< Página Anterior

pág. 169 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 169

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161