Despedida
Solene! E que expressão há i na terra
Em língua d’homens, que translade ao vivo
Todo esse acumular de sentimentos
Que em si de tal instante o adeus encerra!
XIV
Já vacilante mão abre o ataúde...
Amortalhavam cândidos vestidos
O corpo ainda airoso duma dama
Não morta no botão d’anos viçosos,
Mas na desabrochada flor da vida,
Tão delicada não, porém mais bela.
Velada a face tinha; mas conhece-a...
Quem? o guerreiro... quem? o seu amante.
XV
Céus! ele mesmo, ele! - Precipita-se
Sobre o cadáver... ergue o véu... - «Natércia!»
- «Natércia» d’eco em eco repetiram
Os ecos dos moimentos, acordados
Do sono sepulcral. Estremeceram
Os do cortejo, e atónitos contemplam
O incógnito. - «É ele» uma voz disse;
- «É ele» em torno remurmuram todos.