Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: CANTO QUARTO

Página 73

Vimos também as Fortunadas ilhas,

E entrando as que d’Hespério o nome tomam,

As orientais costas africanas

Rodeámos de Jalofo e de Mandinga,

Donde o curvo Gâmbia ao Tejo manda

As ricas páreas do caudal luzente.

As Dorcadas passámos, que dos silvos

Das víboras na areia inda retinem:

Crespas tranças outrora que inflamavam

O cérulo Neptuno. Ao austro a proa,

No imenso golfo entrámos, transcorrendo

A Leoa serra aspérrima, e o cabo

Que dissemos das Palmas, e a frondente

Ilha que do incrédulo discípulo

O apelido tomou. Ali a fértil,

Vastíssima região que lava o Zaire,

Ganha por nós à fé, e conquistada

Por armas só de paz. Assim transposto

O que divide o mundo, ardente término,

À dextra nos ficava a plaga imensa

Não sonhada de antigos sabedores,

Por onde o velho mundo dilataram

Os nossos e os que após dos nossos foram:

Que ousar e perfazer tamanho feito

Fora a humanos esforços impossível

Se o braço português não ajudasse.

<< Página Anterior

pág. 73 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 73

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161