Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: CANTO QUARTO

Página 80
..

Tudo, a golpes contínuos, redobrados,

Vai prostrando o glorioso monumento

Dos Pachecos, dos Castros e Albuquerques.

Qu’é desse esp’rito que animava os fortes?

Qu’é desse vivo ardor de fama honrada

Que faiscava em lusitanos peitos,

E a arriscadas acções, a empresas grandes,

A mais que humanos feitos os levava?

Extinguiu-se, acabou. Já fomos Lusos;

Fomos: - de nossa glória o brado ingente

Breve será clamor que geme longe,

Como voz de sepulcros esquecidos

Balda soando no porvir que a ignora.

XII

«Que me restava a mim, que me era dado

Em tal descaimento, em tal baixeza,

Cometer, perpetrar? - Inúteis p’rigos

Em guerras mais inúteis, cicatrizes

Mal prezadas de quem valia ignora

Do sangue desparzido em prol da pátria

Que podiam valer-me? De indignado

Ergui a voz, clamei contra a vergonha

Que o nome português assim manchava,

Esconjurei as sombras indignadas

Dos heróis fundadores dum império

Que tão bastardos netos destruíam.

<< Página Anterior

pág. 80 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 80

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161