..
Tudo, a golpes contínuos, redobrados,
Vai prostrando o glorioso monumento
Dos Pachecos, dos Castros e Albuquerques.
Qu’é desse esp’rito que animava os fortes?
Qu’é desse vivo ardor de fama honrada
Que faiscava em lusitanos peitos,
E a arriscadas acções, a empresas grandes,
A mais que humanos feitos os levava?
Extinguiu-se, acabou. Já fomos Lusos;
Fomos: - de nossa glória o brado ingente
Breve será clamor que geme longe,
Como voz de sepulcros esquecidos
Balda soando no porvir que a ignora.
XII
«Que me restava a mim, que me era dado
Em tal descaimento, em tal baixeza,
Cometer, perpetrar? - Inúteis p’rigos
Em guerras mais inúteis, cicatrizes
Mal prezadas de quem valia ignora
Do sangue desparzido em prol da pátria
Que podiam valer-me? De indignado
Ergui a voz, clamei contra a vergonha
Que o nome português assim manchava,
Esconjurei as sombras indignadas
Dos heróis fundadores dum império
Que tão bastardos netos destruíam.