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Capítulo 5: CANTO QUINTO

Página 88

As iras lhe arrostei, ouvi sem medo

Os amarelos dentes a ranger-lhe

Por entre os furacões d’atra procela.

Vi-lhe a esquálida barba, de despeito,

Arrepelar-se, e a cor terrena e pálida

Ao clarão dos relâmpagos luzir-lhe

Da sanguinosa cólera inflamada.

Não me aterrou, que do almejado porto

Me alumiava o farol de luz amiga...

Lume consolador, fanal d’esp’rança,

Quando na praia já, sem luz me deixas!

Engano lisonjeiro da existência.

Que verdade cruel te há dissipado?

Que ímpia mão te ceifou no ardor da sesta,

Rosa de amor, rosa purpúrea e bela?

V

«Os ecos das soidões que lava o Ganges,

As veigas onde cresce a palma do Indo

Aprenderam teu nome. E o meigo acento

De minha branda lira repetindo,

No sussurro das folhas recendentes

A filha de Cíniras murmurava;

Seus perfumados troncos, entalhados

Por minhas mãos, embalsamado pranto

Ao receber teu nome derramavam:

A criminosa Mirra parecia

De tão virtuoso amor envergonhar-se.

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pág. 88 (Capítulo 5)

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Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 88

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161