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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 168
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Devo confessar que me assustei terrivelmente quando o vi tomar o dito caminho, imaginando, sobretudo, que seria perseguido por toda a horda, e esperei vê-lo, tal como no sonho, procurar um asilo na minha selva; mas não podia aguardar que o resto daquele sonho também se realizasse, isto é, que os selvagens não o perseguissem até ali e não o alcançassem. Deixei-me estar, portanto, no mesmo sítio e depressa tive motivos para me tranquilizar, ao ver que ele apenas era perseguido por três homens, e que o fugitivo lhes levava uma grande vantagem, de maneira que decerto lhes deveria escapar se mantivesse a corrida pelo espaço de um quarto de hora.

Entre eles e a minha habitação encontrava-se a pequena enseada, da qual falei com frequência no início desta história quando descarreguei os restos do buque; vi claramente que se o infeliz não a atravessasse a nado seria apanhado sem salvação naquele local. Mas quando a alcançou, isso pareceu não lhe causar qualquer embaraço; efectivamente, embora a maré estivesse então muito alta, lançou-se à água e alcançou a margem oposta em poucos momentos, depois do que se pôs a correr com um vigor e uma ligeireza extraordinários. Quando os seus três inimigos chegaram à baía, notei que apenas dois sabiam nadar; o terceiro, depois de ter ficado parado na margem a olhar para os outros, voltou para trás tranquilamente, em vez de ir mais longe, o que sucedeu para sua maior felicidade.

Observei que os dois nadadores gastavam a fazer a travessia mais do dobro do tempo do que o seu prisioneiro empregara. Convenci-me então plenamente de que a ocasião era favorável para adquirir um criado, talvez um companheiro e um amigo, e que evidentemente o Céu me elegera para salvar a vida àquele desgraçado. Com esta ideia, desci precipitadamente do penhasco para ir buscar as escopetas, que deixara, como já disse, junto da escada e, tornando a subir com a mesma ligeireza, dirigi-me para o mar.

Tendo tomado o caminho mais curto, lancei-me entre os perseguidores e o perseguido, chamando este para que parasse.

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pág. 168 (Capítulo 10)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 168

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236