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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 235

Depois disto, preparei-me para ir a bordo mas, reflectindo, disse ao comandante que ainda passaria a noite em terra para arrumar as minhas coisas, desejando que ele fosse para o buque manter a ordem, e que mandasse a chalupa pela manhã; encarreguei-o sobretudo de fazer pendurar no mastro grande o comandante que fora morto, a fim de que os prisioneiros o pudessem contemplar.

Quando o comandante partiu, mostrei-lhes a minha tenda, e entabulei com eles uma conversa muito séria sobre a sua situação actual. Disse-lhes que, em meu entender, haviam adoptado uma boa resolução; que se o comandante os tivesse levado, teriam sido certamente enforcados. Depois, apontando-lhes o novo comandante pendurado no mastro do buque, garanti-lhes que não lhes teria cabido melhor sorte.

Assim que todos declararam estar dispostos a ficar, manifestei-lhes o desejo de lhes contar a história da minha vida naquelas paragens, com o fim de ensiná-los a melhorar a deles. Consequentemente, fiz-lhes uma descrição completa da ilha e da minha chegada. Mostrei-lhes as fortificações, indiquei-lhes o modo de fazer o pão, de cultivar o grão, de conservar as uvas' enfim mostrei-lhes tudo quanto lhes podia tornar a vida agradável; falei-lhes dos dezassete espanhóis que estavam a chegar e para os quais deixei uma carta, fazendo-lhes prometer que repartiriam tudo com eles.

Entreguei também aos desterrados as minhas armas de fogo, a saber: cinco mosquetes, três escopetas de caça, e, ainda, três espadas; sobrava-me coisa de um barril e meio de pólvora, pois desde o segundo ano da minha estada gastara-a muito pouco e, por conseguinte, não tinha desperdiçado nenhuma. Descrevi-lhes exactamente o meu modo de cuidar das lamas, de ordenhá-las, de alimentá-las, e de fazer manteiga e queijo.

Numa palavra, repeti-lhes todas as particularidades da minha própria história. Em seguida garanti-lhes que me comprometia a obter do comandante autorização para lhes deixar mais dois barris de pólvora, assim como algumas sementes de hortaliças, que eu próprio, noutro tempo, me teria sentido muito contente se possuísse; dei-lhes também um saco de ervilhas que o comandante me oferecera, assegurando-lhes que, se as semeassem, elas se multiplicariam prodigiosamente.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 235

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236