Ecce Homo - Cap. 4: Porque escrevo tão bons livros Pág. 51 / 115

.. O génio do coração, que ensina a mão grosseira e apressada a hesitar e a apreender mais delicadamente; que adivinha o tesouro oculto e esquecido, a gota de bondade e de suave espiritualidade, sob a turva e espessa camada de gelo; que é uma vara de condão para todas aquelas pepitas de ouro que durante muito tempo permaneceram sob montões de barro e areia... O génio do coração, por cujo contacto nos tornamos mais ricos, não abençoados e surpreendidos, não gratificados e oprimidos por dons estranhos, mas mais ricos de nós próprios, sentindo-nos mais novos que antes, e libertos, enquanto um vento de degelo sopra sobre nós e surpreende o mais secreto de nós, porventura mais incerto, mais enternecedoramente frágil e abalado, mas cheio de outras esperanças que são, agora, sem nome, cheio de vontade e de novas correntes, cheios de novos contra-vontades e contra-correntes...»





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