Sangue Azul - Cap. 12: 12 Pág. 121 / 287

O pequeno-almoço não tinha terminado há muito tempo quando se lhes juntaram o capitão e Mrs. Harville e o capitão Benwick, com os quais tinham combinado dar o seu último passeio por Lyme. Deviam iniciar o regresso a Uppercross cerca da uma hora e, entretanto, estariam todos juntos e ao ar livre durante o máximo de tempo possível.

Anne verificou que o capitão Benwick se aproximava dela, assim que chegaram à rua. A sua conversa da noite anterior não lhe tirara a vontade de voltar a procurar a sua companhia. Caminharam juntos durante algum tempo, falando como na véspera de Mr. Scott e Lord Byron e continuando tão incapazes como antes, e como quaisquer outros dois leitores, de pensarem exactamente da mesma maneira a respeito dos méritos de cada um, até que qualquer coisa provocou uma mudança quase geral no grupo e, em vez do capitão Benwick, ela passou a ter o capitão Harville a seu lado.

- Miss Elliot - disse ele, em voz bastante baixa -, praticou uma boa acção conseguindo que aquele pobre amigo falasse tanto. Quem me dera que ele pudesse ter uma companhia destas com mais frequência. É mau para ele, eu sei, estar assim fechado, mas que podemos nós fazer? Não nos podemos separar.

- Não, não me custa a acreditar que isso seja impossível- concordou Anne. - Mas com o tempo, talvez... nós sabemos os milagres que o tempo opera em todos os casos de desgosto, e o senhor deve lembrar-se, capitão Harville, de que o seu amigo ainda é um enlutado recente. Foi apenas no Verão passado, segundo depreendi...

- Sim, é verdade - soltou um suspiro fundo -, foi apenas em Junho.

- E talvez ele não o tenha sabido tão cedo.

- Não o soube antes da primeira semana de Agosto, quando regressou do Cabo no Grappler. Eu encontrava-me em Plymouth, aterrado com a ideia de ter notícias dele; ele mandava cartas, mas o Grappler tinha ordem de seguir para Portsmouth.





Os capítulos deste livro