Sangue Azul - Cap. 12: 12 Pág. 124 / 287

para o deixar imóvel, e no momento seguinte, tomada da mesma convicção, Henrietta perdeu também os sentidos e teria caído nos degraus se não fossem o capitão Benwick e Anne, que a agarraram e ampararam entre si.

- Não há ninguém que me ajude? - foram as primeiras palavras que saíram da boca do capitão Wentworth, em tom de desespero e como se a sua própria força o tivesse abandonado.

- Vá ajudá-lo, vá ajudá-lo - gritou Anne -, vá, pelo amor de Deus. Eu consigo ampará-la sozinha. Deixe-me e vá ajudá-lo. Friccione as mãos de Louisa, friccione-Ihe as fontes, aqui tem sais... leve-os, leve-os.

O capitão Benwick obedeceu, e Charles desenvencilhou-se da mulher no mesmo momento e foram ambos ter com ele. Louisa foi erguida e amparada mais firmemente por eles, e tudo quanto Anne dissera foi feito. Mas em vão. Entretanto, o capitão Wentworth encostava-se cambaleante à parede, para se apoiar, e exclamava, na mais amarga angústia:

- Oh, meu Deus, o pai e a mãe dela!

- Um médico! - disse Anne.

Ele ouviu a palavra, que pareceu animá-lo imediatamente, e, dizendo apenas: «Tem razão, tem razão, um médico, já», começou a correr, mas Anne sugeriu, vivamente:

- O capitão Benwick, não seria melhor ir o capitão Benwick? Ele sabe onde pode encontrar um médico.

Todos os que conseguiam pensar compreenderam a vantagem da ideia, e num momento (estava a acontecer tudo em momentos rápidos) o capitão Benwick confiara inteiramente o pobre corpo inerme ao cuidado do irmão e dirigia-se para a cidade com a máxima rapidez.

Quanto ao desventurado grupo que ficou, seria difícil dizer qual dos três, que se encontravam na posse das suas faculdades mentais, sofria mais, se o capitão Wentworth, Anne, ou Charles, o qual, na verdade um irmão muito





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