Sangue Azul - Cap. 12: 12 Pág. 123 / 287

Anne viu o capitão Benwick aproximar-se de novo dela. Os «mares azul-escuros» de Lord Byron não puderam deixar de vir à memória diante da vista que tinham agora presente, e ela deu-lhe de bom grado toda a sua atenção, enquanto foi possível dar-lha. A sua atenção não tardaria a ser forçosamente atraída noutro sentido.

Estava vento de mais para permitir que a parte alta do novo Cobb fosse agradável para as senhoras, é por isso resolveram descer as escadas para a inferior, e todos pareceram contentar-se com descer calma e cuidadosamente o lanço íngreme de degraus: todos menos Louisa, que quis saltá-los com a ajuda do capitão Wentworth. Em todos os seus passeios, ele tivera de a ajudar a saltar as cancelas: ela achava a sensação deliciosa. A dureza do pavimento para os pés de Louisa tornaram-no desta vez menos pronto a fazer-lhe a vontade. Acedeu, no entanto, ela saltou em segurança e, imediatamente-para mostrar a sua satisfação, correu pelos degraus acima para saltar de novo. Ele desaconselhou-a, achou que o choque era demasiado grande. Mas não, os seus argumentos foram vãos; ela sorriu e declarou: «Estou decidida a saltar.» Ele estendeu as mãos: ela precipitou-se meio segundo mais cedo do que deveria, caiu na calçada do Lower Cobb e foi levantada do chão inanimada!

Não apresentava nenhum ferimento, nenhum sangue, nenhuma contusão visível; mas os seus olhos estavam fechados, não respirava, o seu rosto parecia o de uma morta. Oh, o horror daquele momento para todos os presentes!

O capitão Wentworth, que a levantara, ajoelhou-se com ela nos braços, olhando-o tão pálido como ela própria, num silêncio angustiado. «Está morta! Está mortal», gritou Mary, agarrando-se ao marido e contribuindo, juntamente com o próprio horror dele,





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