Sangue Azul - Cap. 13: VOLUME II – 1 Pág. 136 / 287

Não tardaram a sentir-se tão felizes com a decisão que Anne ficou encantada com o que fizera, e achou que não havia melhor maneira de passar a sua última manhã em Uppercross do que ajudando aos preparativos deles e tornando possível que partissem cedo, apesar de a consequência disso ter sido ficar sozinha a percorrer a casa.

Era a última, exceptuando os dois rapazinhos do chalé, absolutamente a única que restava de todos os que tinham enchi do e animado ambas as casas, de tudo quanto dera a Uppercross a sua característica alegre. Poucos dias tinham operado uma grande diferença!

Se Louisa se restabelecesse, voltaria a ficar tudo bem. A sua cura traria mais do que a felicidade anterior. Não podia haver qualquer dúvida - no seu espírito não havia nenhuma - quanto ao que se seguiria ao seu restabelecimento. Dentro de poucos meses, a sala agora tão deserta, ocupada apenas pela sua pessoa silenciosa e pensativa, poderia estar de novo cheia de tudo quanto era feliz e alegre, tudo quanto era intenso e luminoso no amor afortunado tudo quanto havia de menos parecido com Anne Elliot!

Uma hora de completo ócio para semelhantes reflexões, um escuro dia de Novembro e uma chuvinha densa que quase apagava os muito poucos objectos que era possível discernir das janelas, foram o suficiente para tornar o barulho da chegada da carruagem de Lady Russell extremamente bem-vindo. E, todavia, apesar de desejosa de se ir embora, não conseguiu deixar a casa, nem lançar um olhar de adeus ao chalé, com a sua escura, gotejante e desolada varanda, nem ver sequer, pelos vidros embaciados as últimas humildes habitações da aldeia, sem sentir o coração entristecido. Tinham acontecido em Uppercross coisas que tornavam aquele lugar precioso. Transformara-se





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