Sangue Azul - Cap. 21: 9 Pág. 220 / 287

- Eu não fazia ideia nenhuma disso. Nunca o mencionou. Se tivesse sabido, teria tido o prazer de falar com ele a seu respeito.

- Para dizer a verdade - confessou Mrs. Smith, com o seu ar habitual de boa disposição -, é exactamente esse prazer que eu quero que tenha. Quero que fale de mim a Mr. Elliot, que exerça a sua influência sobre ele. Mr. Elliot pode ser de uma utilidade essencial para mim, e se a minha querida Miss Elliot tivesse a bondade de se interessar pelo assunto, claro que estaria tudo resolvido.

- Eu sentir-me-ia extremamente feliz... espero que não duvide da minha disposição para lhe poder ser da mínima utilidade respondeu Anne -, mas temo que esteja a considerar-me possuidora de maior domínio sobre Mr. Elliot, de muito maior capacidade para o influenciar, do que é realmente o caso. Não sei como adquiriu essa ideia, mas deve considerar-me apenas como uma parente de Mr. Elliot. Se, nessa condição, houver alguma coisa que a senhora suponha que a prima dele lhe pode razoavelmente solicitar, rogo-lhe que não hesite em recorrer a mim.

Mrs. Smith lançou-lhe um olhar penetrante e depois disse, sorrindo:

- Estou a compreender que fui um pouco prematura. Peço-lhe desculpa. Devia ter aguardado uma comunicação oficial. Mas nesse caso, minha querida Miss Elliot, como velha amiga, dê-me uma indicação de quando posso falar. Para a semana? Com certeza que na próxima semana me será permitido pensar que está tudo assente e elaborar os meus próprios planos egoístas quanto à boa fortuna de Mr. Elliot.

- Não - respondeu Anne -, nem na próxima semana, nem na outra, nem na outra. Garanto-lhe que nada de semelhante ao que está a pensar ficará assente seja em que semana for. Eu não vou casar com Mr. Elliot. Gostaria de saber por que motivo imagina que ia.





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