Sangue Azul - Cap. 21: 9 Pág. 221 / 287

Mrs. Smith olhou-a de novo, com atenção, sorriu, abanou a cabeça e exclamou:

- Oh, como gostaria de a compreender! Como desejo saber quais são as suas intenções! Estou convencida de que não pretende ser cruel, quando o momento certo chegar. Sabe, até esse momento chegar, nós, mulheres, nunca tencionamos ter ninguém. É uma coisa natural entre nós que todo o homem é recusado... até ele se oferecer. Mas porque haveria a Anne de ser cruel? Permita-me advogar pelo meu... bem, amigo presente não lhe posso chamar, mas digamos ex-amigo. Onde poderá encontrar um pretendente mais adequado? Como poderá esperar um homem mais cavalheiresco, mais agradável? Permita-me que recomende Mr. Elliot. Estou certa de que só ouve o coronel Wallis falar bem dele, e quem pode conhecê-lo melhor do que o coronel Wallis?

- Minha querida Mrs. Smith, a esposa de Mr. Elliot não morreu há muito mais de meio ano. Não é altura de ele cortejar ninguém.

- Oh, se essas são as suas únicas objecções! - exclamou Mrs.

Smith maliciosamente. - Mr. Elliot está em segurança e eu não me incomodarei mais por causa dele. Só espero que não se esqueça de mim quando estiver casada. Diga-lhe que sou sua amiga e então ele não atribuirá muita importância ao incómodo exigido, ao qual é muito natural que queira agora, com tantos assuntos e compromissos pessoais, furtar-se, livrar-se como puder - sim, é muito natural, talvez. Noventa e nove por cento dos homens procederiam de igual modo. Claro que ele não pode fazer uma ideia da importância que o caso tem para mim. Bem, minha querida Miss Elliot, desejo, e confio, que seja muito feliz. Mr. Elliot tem o bom senso de compreender o valor de uma mulher como a minha amiga. A sua paz não soçobrará como a minha soçobrou. A Anne está em segurança em todas as questões mundanas, e em segurança quanto ao carácter dele.





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