Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 23: 11

Página 281
Confio que nos entenderemos bem, em breve. Mas eu também estive a pensar no passado e apresentou-se-me uma pergunta: não terá havido uma pessoa que foi ainda mais minha inimiga do que aquela senhora? Eu próprio. Diga-me uma coisa: se quando regressei a Inglaterra em 1808, com uns milhares de libras, e me foi dado o comando da Laconia, lhe tivesse escrito, teria respondido à minha carta? Teria, em suma, reatado, então, o nosso compromisso?

- Se teria! - foi tudo quanto ela respondeu, mas a maneira como o disse foi suficientemente decisiva.

- Meu Deus! Teria! Não é que eu não tenha pensado nisso, ou desejado fazê-lo, consciente de que era a única maneira de coroar todos os meus outros êxitos. Mas fui orgulhoso, demasiado orgulhoso para a pedir de novo. Não a compreendia. Fechei os olhos e não quis compreendê-la nem fazer-lhe justiça. Esta é uma recordação que deveria fazer-me perdoar a toda a gente mais depressa do que a mim próprio. Poderiam ter sido evitados seis anos de separação e sofrimento. É também um tipo de dor novo para mim. Fui habituado à satisfação de me julgar merecedor de todas as venturas que desfrutava. Ufanava-me de labores honrosos e recompensas justas. Como outros grandes homens que sofreram vicissitudes - acrescentou, sorrindo -, tenho de procurar submeter a minha mente à minha sorte. Tenho de aprender a suportar ser mais feliz do que mereço.

<< Página Anterior

pág. 281 (Capítulo 23)

Página Seguinte >>

Capa do livro Sangue Azul
Páginas: 287
Página atual: 281

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
VOLUME I – 1 1
2 10
3 17
4 27
5 34
6 45
7 58
8 70
9 81
10 91
11 104
12 115
VOLUME II – 1 134
2 144
3 153
4 163
5 171
6 183
7 197
8 205
9 217
10 240
11 260
12 282