As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 6: O Enigma de Reigate Pág. 128 / 274

- Admitindo-se que era um encontro combinado - continuou o inspector - então deve supor-se que esse William Kirwan, que possuía a reputação de honesto, podia ter ligação com o gatuno. Podia tê-lo encontrado lá, e até auxiliado a arrombar a porta. Depois podiam ter-se desavindo entre si.

- Este escrito é de extraordinário interesse - disse Holmes, examinando-o com cuidado e concentração. - As águas são muito mais profundas do que pensei. - E meteu a cabeça entre as mãos; o inspector riu-se do efeito que o caso tinha produzido no famoso especialista londrino.

- A sua última observação - disse Holmes no mesmo instante -, quanto à possibilidade de ter havido um entendimento entre o ladrão e o empregado, e de ser esta uma nota de compromisso entre eles, é uma suposição engenhosa e, aliás, não inteiramente impossível. Porém, este escrito começa... - e mergulhou novamente a cabeça entre as mãos, permanecendo por alguns instantes na mais profunda meditação.

Quando levantou o rosto, fiquei surpreendido por ver que tinha as faces coradas e os olhos brilhantes como antes da sua doença. De seguida, levantou-se com toda a sua antiga energia.

- Eu lhe direi! - exclamou. - Gostaria de dar uma rápida olhadela pelos pormenores deste caso. Há nele qualquer coisa extremamente fascinante. Se me permitir, coronel, deixarei consigo o meu amigo Watson e irei com o inspector para verificar a verdade de uma ou duas pequenas fantasias minhas. Estarei novamente convosco dentro de meia hora.

Passava já de hora e meia quando o inspector voltou sozinho.





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