- E qual o resultado das suas investigações? - perguntei.
- A convicção de que é um crime muito peculiar. A nossa visita agora talvez possa descobrir qualquer coisa que o torne mais claro. Creio que estamos perfeitamente de acordo, inspector, de que o fragmento de papel na mão do morto indicando, como indica, a hora exacta da sua morte, é de extrema importância.
- Ele podia dar-nos uma pista, Mr. Holmes.
- Com efeito, ele dá-nos uma pista. Quem escreveu aquela nota foi o homem que tirou William Kirwan da cama àquela hora. Mas onde está o resto dessa folha de papel?
- Examinei o chão com todo o cuidado, na esperança de o encontrar - disse o inspector.
- Foi rasgada da mão do morto. Porque havia alguém de desejar possuí-la? Naturalmente porque ela o incrimina. E o que faria com ela? Muito provavelmente, metê-la-ia no bolso, sem notar que um canto da mesma tinha ficado nas mãos do cadáver. Se pudéssemos apanhar o resto da folha, é claro que teríamos progredido muito na solução do mistério.
- Exactamente! Mas como havemos de conseguir revistar o bolso do criminoso antes de o prender?
- Bem, vale a pena pensar nisso. Há ainda outro ponto, claro.
A carta foi enviada a William. Quem a escreveu não a podia levar; de contrário, transmitiria a sua mensagem verbalmente. Quem trouxe a carta, então? Ou teria vindo pelo correio?
- Já investiguei - respondeu o inspector. - William recebeu uma carta pelo correio ontem à tarde. O sobrescrito foi destruído por ele.
- Excelente! - exclamou Holmes, dando umas palmadinhas nas costas do inspector. - O senhor já falou com o carteiro. É um prazer trabalhar consigo. Bem, aqui está a casa, se o senhor quiser subir, coronel, mostrar-lhe-ei o local do crime.