O inspector nada mais disse. Dirigiu-se para a porta e soprou o seu apito. Dentro de poucos instantes dois guardas apareceram.
- Não tenho outra alternativa, Mr. Cunningham - disse ele. - Espero que tudo isto venha a revelar-se um equívoco absurdo; mas pode ver que... Ah! O senhor quer? Solte-o! - Bateu com a mão, e um revólver, cujo gatilho o mais jovem tentava nesse momento premir, retiniu no soalho.
- Guarde-o - disse Holmes, pondo-lhe rapidamente o pé em cima. - Vai ver que lhe será muito útil no tribunal. Mas era isto o que realmente queriamos. - E sacou de um pequeno pedaço de papel amarrotado.
- O resto da folha? - gritou o inspector.
- Exactamente.
- E onde estava?
- Onde eu estava convencido de que deveria estar. Esclarecer-lhe-ei agora mesmo todo o assunto. Creio, coronel, que o senhor e Watson podem ir-se embora agora, e eu estarei convosco dentro de uma hora no máximo. O inspector e eu precisamos de trocar umas palavras com os prisioneiros. Mas estarei de volta para o almoço.
Sherlock Holmes cumpriu a sua palavra, pois cerca de uma hora depois estava connosco na sala de fumar do coronel. Estava acompanhado por um cavalheiro baixo e de certa idade, que foi apresentado como Mr. Acton, cuja casa tinha sido objecto do primeiro furto.
- Eu queria que Mr. Acton estivesse presente enquanto eu lhes explico este caso - disse Holmes -, porque é natural que ele tenha o mais vivo interesse pelos pormenores. Receio, meu caro coronel, que lamente a hora em que deixou entrar em sua casa um abelhudo como eu.
- Pelo contrário - respondeu o coronel calorosamente -, considero que o maior privilégio foi ter-me sido permitido estudar os seus métodos de operação.