Mas temos razões mais seguras do que essa para o deduzir. Se examinar este pedaço de papel com atenção, chegará à conclusão de que o homem de mão forte escreveu primeiro todas as suas palavras, deixando os espaços para o outro preencher. Esses espaços nem sempre foram suficientes e o senhor pode ver que o segundo homem teve pouco espaço para colocar o seu «para a» entre «quarto» e «meia-noite», o que mostra que essas palavras já estavam escritas. O que escreveu todas as palavras primeiro é, sem dúvida alguma, o que planeou este negócio.
- Excelente! - gritou Mr. Acton.
- Mas ainda muito à superfície - disse Holmes. - Entretanto, chegámos agora ao ponto importante. Os senhores talvez não saibam mas o cálculo da idade de um homem pela sua caligrafia consegue-se com considerável exactidão pelos peritos. Em casos normais, pode colocar-se um homem na sua verdadeira década com suficiente confiança. Digo em casos normais, porque o mau estado de saúde e a fraqueza física apresentam sinais de velhice, mesmo quando o inválido é jovem. Nesse caso, olhando-se para uma das mãos, forte e ousada, e para a aparência muito arqueada da outra, mas que ainda conservava a sua legibilidade, embora os «T» tenham começado a perder os cortes, podemos dizer que um era jovem e o outro avançado em anos, sem ser positivamente decrépito.
- Excelente - exclamou Mr. Acton outra vez.
- Há ainda um ponto, entretanto, que é mais subtil e de maior interesse. Há qualquer coisa em comum nessas duas caligrafias. Elas pertencem a homens que são parentes. Ao senhor pode parecer muito claro nos «S», mas para mim há pontos muito menores que indicam a mesma coisa. Não tenho a menor dúvida de que um maneirismo de família pode ser traçado nesses dois espécimes de caligrafia.