Como disse o major, o sorriso muitas vezes morria-lhe nos lábios, como se uma mão invisível o arrancasse, quando participava das alegrias e brincadeiras da mesa comum do quartel. Durante dias a fio, mergulhava na mais profunda tristeza, acometido por essa crise. Isto e um certo laivo de superstição eram os únicos traços invulgares do seu carácter que os seus irmãos de armas observavam. A última peculiaridade tomou a forma de receio de ficar sozinho, especialmente depois do escurecer. Esta característica pueril numa natureza que havia sido conspicuamente varonil dera muitas vezes azo a comentários e conjecturas.
»O primeiro batalhão do Royal Mallows (que é o antigo 117.°) instalou-se em Aldershot durante alguns anos. Os oficiais casados moravam fora do quartel, sendo que o coronel ocupara durante todo esse tempo uma villa chamada Lachine, a cerca de meia milha do North Campo A casa está edificada em terreno próprio, mas o lado oeste não dista mais de trinta jardas da estrada. Um cocheiro e duas criadas eram o seu pessoal. Estes, com o patrão e a patroa, eram os únicos ocupantes de Lachine, porque os Barclay não tinham filhos e não costumavam ter hóspedes em permanência.
»Passemos aos acontecimentos ocorridos em Lachine entre as vinte e uma e as vinte e duas horas de segunda-feira passada:
»Mrs. Barclay era, como parece, membro da Igreja Católica Romana. Interessava-se muito pelo estabelecimento da Confraria de São Jorge, que se formara junto da capela de Watt Street para fornecer roupas usadas aos pobres. Estava marcada uma reunião da Confraria para as vinte horas daquela noite, e Mrs. Barclay apressou o jantar para estar presente. Ao sair de casa, o cocheiro ouviu-a dirigir observações triviais ao marido, assegurando-lhe que estaria de volta dentro de pouco tempo.