»Há uma coisa que causou a mais profunda impressão tanto nos criados como na polícia. Foi a contorção do rosto do coronel. Apresentava, de acordo com a narrativa deles, a expressão mais terrível de medo e horror que o semblante humano pode assumir. À vista dele, mais de uma pessoa desfaleceu, tão horrível era o efeito. Estava completamente fora de dúvida de que ele previra o seu destino e que isso lhe causara o mais extremo horror. Certamente isto adapta-se bem com a teoria da polícia de que o coronel poderia ter visto a sua esposa preparando-lhe um ataque assassino. Nem o facto de o ferimento ser na parte posterior da cabeça era uma objecção absoluta a esta hipótese, pois o coronel podia ter-se virado para evitar o golpe. Nada se podia arrancar da própria senhora, que continuava temporariamente doente com um ataque de febre cerebral.
»Pela polícia fiquei a saber que Miss Morrison, que, como se lembra, saíra naquela noite com Mrs. Barclay; negou ter qualquer conhecimento do que motivara o mau humor com que a sua companheira tinha voltado para casa.
»Depois de resumir estes factos, Watson, fumei diversas cachimbadas, tentando separar os que eram essenciais dos que eram meramente incidentais. Não podia haver dúvida de que o facto mais importante e sugestivo do caso era o desaparecimento singular da chave da porta. Foi feita a mais rigorosa pesquisa à sala para a descobrir. Portanto, devia ter sido tirada. Não podia ter sido o coronel nem a sua esposa.