»O ferimento que o pobre veterano sofreu era um corte profundo com cerca de duas polegadas de comprimento na parte posterior da cabeça, que lhe tinha sido causado por violenta pancada de uma arma não cortante. Não era difícil adivinhar qual teria sido essa ferramenta. No soalho, perto do corpo, estava um estranho bastão, de madeira endurecida, com um cabo de osso. O coronel possuía uma variada colecção de armas trazidas de diferentes países onde tinha estado em serviço, e a polícia calculava que essa bengala fazia parte dos seus troféus. Os criados, porém, negaram tê-la visto antes, mas entre as numerosas curiosidades da casa é possível que pudesse passar despercebida. Nada mais de importância foi encontrado na sala pela polícia, excepto o facto inexplicável de que nem na posse de Mrs. Barclay nem no corpo da vítima, nem em qualquer outra parte da sala, se encontrou a chave que faltava. A porta foi aberta pelo ferreiro de Aldershot.
»Era este o estado de coisas, Watson, quando, na manhã de terça-feira, a pedido do major Murphy, me dirigi a Aldershot para auxiliar nos esforços da polícia. Creio que reconhecerá que o problema já era de interesse, mas as minhas observações logo me fizeram verificar que era na verdade muito mais extraordinário do que à primeira vista parecia.
»Antes de examinar a sala, interroguei os criados, mas só consegui extrair os factos que já conhecia. Outro pormenor de interesse foi lembrado por Jane Stewart, a criada. Você deve recordar-se de que, ao ouvir o som da discussão, ela desceu e voltou com os outros criados. Da primeira vez, enquanto ainda estava só, diz que as vozes do patrão e da patroa eram tão baixas que não podia ouvir coisa alguma, e julgou, mais pelo tom do que pelas palavras, que estivessem a discutir.