»E terminei por descobrir vestígios, mas muito diferentes daqueles que eu esperava. Na sala estivera um homem que tinha atravessado o relvado, vindo da estrada. Pude obter cinco impressões muito nítidas das marcas dos seus pés - uma na própria estrada, no lugar onde pulou o muro baixo, duas no jardim e duas muito apagadas no soalho manchado perto da janela por onde ele entrou. Aparentemente tinha saído a correr pelo jardim, porque as marcas dos seus dedos eram mais profundas do que as do calcanhar. Mas não foi o homem que me surpreendeu. Foi o seu companheiro.
- O seu companheiro?!
Holmes tirou do bolso uma grande folha de papel de seda e desdobrou-a com cuidado em cima do joelho.
- O que deduziria você disto? - perguntou-me.
O papel estava coberto pelos traços das marcas dos pés de um animalzinho. Tinha cinco rastos bem marcados e a indicação de unhas compridas; a marca de cada pé tinha quase o tamanho de uma colher de sobremesa.
- Parecem de cão - respondi.
- Já ouviu falar de cães a subir por persianas? Encontrei provas inconfundíveis de que essa criatura o fez.
- Um macaco, então?
- Mas não são as pegadas de um macaco.
- O que poderá ser então?
- Nem cão, nem gato, nem macaco, nem qualquer animal com que estejamos familiarizados. Tentei descobrir pelas medidas. Aqui estão quatro impressões do local onde o animal ficou imóvel.