»Foste tu que me disseste que a casa tinha sido ocupada. Eu deveria ter esperado pela manhã, mas não conseguia dormir com a emoção e, por isso, saí durante a noite, sabendo que dificilmente irias acordar. Mas viste-me e isso foi o início dos meus problemas. No dia seguinte, tiveste o meu segredo à tua mercê mas, nobremente, abstiveste-te de prosseguir. Três dias depois, no entanto, a enfermeira e a criança tiveram que escapar pela porta das traseiras, e agora, na noite em que finalmente sabes de tudo, eu pergunto-te, o que é que vai ser de nós, da minha filha e de mim?
Ela apertou as mãos e esperou por uma resposta.
Passaram uns longos dez minutos antes que Grant Munro quebrasse o silêncio, e quando a sua resposta chegou, foi uma das que eu gosto de recordar. Ele levantou a criança, beijou-a e depois, ainda com a criança no colo estendeu a outra mão para a sua esposa e virou-se para a porta.
- Podemos falar sobre isto mais confortavelmente em casa – disse ele. – Eu não sou um homem muito bom, Effie, mas penso que sou melhor do que aquilo que pensas que sou.
Holmes e eu seguimo-los pelo caminho estreito, e, ao entrarmos na estrada principal, o meu amigo puxou-me pela manga.
- Penso - disse ele – que seremos mais úteis em Londres do que em Norbury.
Nem mais uma palavra disse sobre o caso até mais tarde, nessa noite, quando se encaminhava com a vela para o seu quarto.
- Watson – disse ele – se alguma vez lhe ocorrer que eu estou a ficar demasiado confiante nos meus poderes, ou a empenhar-me menos do que o caso merece, faça o favor de me sussurrar ‘Norbury’ ao ouvido e eu vou-lhe ser infinitamente grato.