As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 3: O Escriturário da Corretagem Pág. 61 / 274

«- Preciso de ser franco» - disse. «- Mawson dá-me apenas duzentas, mas Mawson é garantido. Ora, na realidade, não sei quase nada da sua companhia que...»

«- Ah!, que esperto, que esperto!» - exclamou ele, numa espécie de êxtase de contentamento. «- O senhor é o nosso homem. Não se deixa levar por palavras, e faz muito bem. Mas aqui está uma nota de cem libras, se acha que podemos combinar o negócio; meta-a no bolso como adiantamento do seu salário.»

«- É muita generosidade» - disse. «- Quando começarei a trabalhar?»

«- Esteja amanhã à uma hora em Birmingham. Tenho aqui no bolso um bilhete que o senhor levará ao meu irmão. Encontrá-lo-á na Corporation Street, onde estão instalados temporariamente os escritórios da companhia. É claro que ele precisa de confirmar o contrato, mas cá entre nós está tudo combinado.

«- Realmente, Sr. Pinner, não sei como exprimir a minha gratidão.

«- Não há de quê, meu rapaz. Apenas conseguiu o que merece. Há uma ou duas coisas... meras formalidades, que devo combinar consigo. Tem aí um pedaço de papel? Tenha a bondade de escrever: 'Pretendo trabalhar como gerente da firma Franco-Midland Hardware Company, Limited, com o salário mínimo de 500 libras.'»

Fiz como me pediu e ele pôs o papel no bolso.

«- Há outro pormenor» - disse. «- O que pensa o senhor fazer em relação a Mawson?»

» Com a alegria, já esquecera tudo o que dizia respeito a Mawson.

«- Escrevo-lhe a pedir a demissão.

«- É exactamente o que não quero que o senhor faça. Já tive um atrito com o gerente de Mawson por sua causa. Fui lá pedir-lhe informações a seu respeito e ele foi muito agressivo... acusou-me de afastá-lo do serviço da firma, e coisas desse jaez.





Os capítulos deste livro