- Contabilista - disse Holmes.
- Ah! Precisamos de algo deste género. E o senhor, Sr. Price?
- Escriturário - disse.
- Espero que a companhia possa colocá-los. Eu lhes farei saber logo que cheguemos a qualquer conclusão. E agora peço-lhes que se retirem. Deixem-me só, por amor de Deus.
As últimas palavras foram uma espécie de descarga, como se o constrangimento a que se tinha sujeitado de modo repentino e perfeito se rompesse. Holmes e eu olhámos um para o outro e Sr. Pycroft aproximou-se da mesa.
- O senhor esquece, Sr. Pinner, que estou aqui a seu pedido, para receber instruções - disse.
- É verdade, Sr. Pycroft, é verdade - respondeu o outro, num tom mais calmo. - O senhor pode esperar um momento, e não vejo razão para que os seus amigos não esperem consigo. Dentro de três minutos estarei inteiramente à sua disposição, caso a sua paciência possa esperar... - Levantou-se com ar muito cortês, fez-me uma vénia quando passava pela porta, na extremidade a sala, que fechou atrás de si.
- E agora? - murmurou Holmes. - Está a fugir à socapa?
- Impossível - respondeu Pycroft.
- Por que não?
- A porta dá para uma sala interior.
- Não há saída?
- Nenhuma.
- Está mobilada?
- Ontem estava vazia.
- Então, que diabo estará lá a fazer? Há coisas aqui que não entendo. Mas se já existiu uma pessoa cheia de loucura e terror, o nome dessa pessoa é Pinner. De onde lhe sobreveio esse pavor?
- Talvez suspeite de que somos detectives - sugeri.
- Talvez - admitiu Pycroft. Holmes meneou a cabeça.
- Ele não empalideceu. Já estava pálido quando entrámos na sala - disse Holmes. - É possível que...
As suas palavras foram interrompidas por um agudo «rat-tat» na direcção da porta de dentro.