O Vale do Terror - Cap. 9: Capítulo 2 – O Grão-Mestre Pág. 104 / 172

Mac Murdo simulou perplexidade e, após uma breve hesitação, tirou da algibeira um recorte de jornal, amarrotado.

- Seria capaz de trair um irmão?

- Parto-lhe a cara se se atreve a repetir isso - gritou Mac Ginty, furioso.

- Tem razão, Conselheiro. Falei sem reflectir. Estou certo de, que estarei seguro nas suas mãos. Leia este recorte.

Mac Ginty passou os olhos sobre o relato do assassínio a tiros de um certo Jonas Pinto, ocorrido em Chicago, no «Lake Saloon», durante a semana de Ano-Novo de 1874.

- É obra sua? - sondou, devolvendo o recorte a Mac Murdo.

Este fez, com a cabeça, um sinal afirmativo.

- Por que motivo o matou?

- Eu andava a ajudar o Banco do Estado a fazer dólares, embora os da minha lavra não tivessem um ouro tão bom como os dele. Mas eram perfeitos na forma e o seu fabrico saía-me mais barato. Esse Pinto cooperava comigo a pô-los em circulação.

- Que aconteceu?

- Esqueceu-se de dividir os lucros comigo. Quando dei por isso, prometeu pagar-me, num futuro próximo, mas, como nunca se sabe o que será o dia de amanhã, achei melhor eliminá-lo e fugir para esta região carbonífera.

-Porquê, para aqui?

- Porque li nos jornais que, nestas paragens ninguém se metia na vida dos outros.

Mac Ginty soltou uma gargalhada.

- Estou a ver. Você começou por ser falsário, tornou-se assassino e veio para aqui porque pensou que seria bem recebido. Foi assim?

- Mais ou menos - confessou Mac Murdo.

- Talvez consiga ir longe... Ainda sabe fabricar dólares?

Mac Murdo tirou do bolso meia dúzia de moedas que pareciam de ouro.

- Estes nunca passaram pela Casa da Moeda de Washington - afirmou.

- A sério? - estranhou Mac Ginty, pegando num «dólar de ouro», com a mão peluda, como a de um gorila.





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