- Acredito que todos cumprimos o nosso dever, consoante a nossa própria opinião... Só é pena que as nossas opiniões nem sempre sejam iguais.
Já esvaziara o copo •e preparava-se para sair quando reparou em Jack Mac Murdo que se achava a seu lado com ar carrancudo.
- Olá! Aqui está um velho conhecido! - exclamou o capitão Marvin.
Mac Murdo afastou-se dele - resmungando:
- Nunca fui seu amigo, nem de nenhum «chui» em toda a minha vida!
- Ser-se conhecido, não é ser amigo - observou o polícia. - Você é Mac Murdo, de Chicago, e não vale a pena nega-lo.
Mac Murdo encolheu os ombros.
- Não o nego. Pensa que me envergonho do meu nome?
- Mas tem bons motivos para isso.
- Que raio quer insinuar com essas palavras? - retrucou o Jovem, já com os punhos fechados.
- As suas bravatas não me intimidam, Jack. Estive no serviço da Polícia de Chicago, antes de vir para esta miserável carvoeira. Reconheço sempre um fora da lei, mal o vejo.
Mac Murdo ficou espantado.
- Você é o Marvin, da Polícia Central de Chicago?
- Em pessoa e... às suas ordens. Ainda não me esqueci do assassínio de Jonas Pinto...
- Não fui eu quem o matou - replicou Mac Murdo.
- Tem a certeza? Provavelmente, o seu testemunho está a ser muito imparcial! Em todo o caso, a morte desse patife foi, para si, bastante conveniente pois, de outro modo, você teria sido preso por «passar» moeda falsa. Mas esqueçamos o passado, porque, sempre lhe digo, que não conseguiram reunir provas contra si. Portanto, se quiser, pode voltar para Chicago, amanhã mesmo.
- Sinto-me bem onde estou.
- Como queira, mas há-de convir que lhe prestei uma informação preciosa e você, se não fosse de granito, devia até mostrar-se agradecido.