Mac Ginty ocupava a cabeceira, com um barrete de veludo negro sobre as guedelhas encrespadas e não menos negras. Usava uma estola cor de púrpura que lhe dava o aspecto de um sacerdote, presidindo a um qualquer ritual diabólico.
À sua esquerda e direita sentavam-se os altos graduados da Loja, um dos quais era Ted Baldwin, de feições atraentes, embora cruéis.
Cada qual ostentava, como emblema do seu cargo, uma chapa metálica, ou um medalhão. Na sua maioria eram homens de idade maduram, mas viam-se jovens, certamente destinados a executarem as ordens mais activas. Alguns já tinham expressões de bandidos mas, outros, mostravam um ar tão cândido, que ninguém pensaria que se sentissem orgulhosos de ser assassinos, perversos paladinos do Mal.
Para os seus ânimos corrompidos, tornara-se uma atitude cavalheiresca oferecerem-se para abater uma pessoa que nunca lhes fizera mal e nem sequer tinham visto em toda a vida. E vangloriavam-se, entre eles, dos seus crimes, descrevendo a maneira como os tinham praticado e os sofrimentos, gritos e contorções das suas vítimas.
Ao princípio, ainda mantinham um certo sigilo na preparação de um crime, mas, presentemente, como ninguém ousasse testemunhar contra eles e possuíssem um cofre bem recheado, para comprar cúmplices, sentiam-se à vontade, dominadores.
Em dez anos de violência ininterrupta, não fora sentenciada uma única condenação e o único perigo que os Vingadores corriam só poderia provir das próprias vítimas que, num acto de autodefesa, lograssem ferir algum deles.
Mac Murdo fora prevenido de que teria de prestar uma prova, mas ninguém lhe dissera qual a natureza dessa prova. Foi levado para uma sala anexa, por dois irmãos de aspecto solene.