O Vale do Terror - Cap. 10: Capítulo 3 – Loja 341, Vale Vermissa Pág. 114 / 172

Através do tabique de madeira podia ouvir um rumor grave de vozes, mas as palavras proferidas na assembleia chegavam-lhe indistintas. Contudo, por várias vezes ouviu mencionar o seu nome e compreendeu que se discutia a sua candidatura.

Depois, entrou nessa sala anexa um irmão, com uma faixa verde e ouro, que desempenhava as funções de membro da guarda interna. Solenemente indicou:

- O grão-mestre ordena que lhe vendem os olhos e o façam entrar no salão.

Logo os três homens tiraram a Mac Murdo o casaco e arregaçaram-lhe a manga da camisa do braço esquerdo. Depois, passando-lhe uma corda pelos cotovelos, apertaram-na fortemente. Enfiaram-lhe, na cabeça, um espesso capuz negro que lhe pendia até à boca, de maneira que nada pudesse ver. Então, foi conduzido para a sala da reunião.

Sentia-se como cego e quase sufocado com o capuz.

Ouviu o rumor das vozes em seu redor e, sobrepondo-se a estas, a de Mac Ginty, que, através do tecido, lhe chegava abafada aos ouvidos.

- Jack Mac Murdo, você já é membro da Antiga Ordem dos Homens Livres?

O jovem fez um aceno confirmativo com a cabeça.

- A sua Loja é a número 29, de Chicago?

Novo sinal afirmativo.

- As noites escuras são desagradáveis - continuou a voz.

- Sim, para pessoas estranhas viajarem - respondeu.

- As nuvens estão pesadas.

- Aproxima-se uma tempestade.

- Estão os irmãos satisfeitos? – inquiriu o grão-mestre.

Ouviu-se um murmúrio geral de assentimento.

- Verificámos, irmão, pela senha e contra senha que acaba de dar-nos, ser realmente um dos nossos - declarou Mac Ginty. - Queremos, porém, que saiba que, tanto nesta região, como noutras vizinhas, temos certos ritos e também certos deveres peculiares que requerem homens valorosos.





Os capítulos deste livro