O Vale do Terror - Cap. 11: Capítulo 4 – O Vale do Terror Pág. 133 / 172

- Não sou de muitas visitas, Irmão Mac Murdo - prefaciou Mac Ginty, finalmente, - talvez por estar sempre muito ocupado com os que me procuram. Contudo, julguei conveniente abrir uma excepção e dar um pulo à sua casa.

- Sinto-me orgulhoso de vê-lo por aqui, Conselheiro - replicou Mac Murdo cordialmente, indo buscar uma garrafa de uísque ao armário. - É uma honra inesperada.

- Como vai o braço?

Mac Murdo fez uma careta.

- Ainda não o pude esquecer, mas valeu a pena.

- Sim, vale sempre a pena - respondeu o outro, - para os que são leais, mantêm a palavra e ajudam a loja. Qual era o assunto da sua conversa com o Irmão Morris, hoje, de manhã, no Miller Hill?

A pergunta surgiu tão bruscamente, que foi bom Mac Murdo ter a resposte já preparada. Soltou uma gargalhada.

- Morris ignora que eu possa ganhar a vida aqui em casa. E é melhor que não o saiba, porque tem demasiada consciência para, um tipo como eu. Entretanto, é um velhote de bom coração. Supunha que eu me encontrava em dificuldade e resolveu auxiliar-me, oferecendo-me trabalho no seu negócio.

- Oh! Era isso?

- Exactamente.

- E você recusou?

- Naturalmente. Não acha que posso ganhar dez vezes mais, no meu próprio quarto, trabalhando apenas quatro horas por dia?

- É claro, mas é melhor para si não se arriscar a ser visto na companhia de Morris.

- Porquê?

- Porque eu não quero. Esse motivo é suficiente para muita gente.

- Talvez o seja para muita gente, mas não o é para mim, Conselheiro, Se conhece bem os homens, compreender-me-á.

O gigante lançou-lhe um olhar furioso e a sua manápula peluda cerrou-se ao redor do copo, como se pensasse em atirá-lo à cabeça do companheiro mas, quase imediatamente, soltou uma das suas características gargalhadas, ruidosas e falsas.





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