Mac Murdo foi fechar melhor as cortinas e tranquilizou-os:
- Não é natural que, a esta hora, esteja alguém a observar-nos a casa. De resto, o tipo não tarda.
- E se ele não vier? - admitiu o secretário. Pode ter suspeitado de qualquer coisa...
- Há-de vir. Está tão impaciente por levar consigo os documentos, como vocês o estão por agarrá-lo... Ora, escutem...
Imobilizaram-se nas cadeiras, alguns com os copos no ar, a caminho da boca, ao ouvirem três pancadas espaçadas na porta.
- Nem uma palavra - recomendou Mac Murdo, - se têm amor à vida. Esse Birdy é tipo para atirar a matar.
Saiu, fechando a porta cuidadosamente atrás de si. Os assassinos ficaram à espera, com os ouvidos atentos. Ouviram os passos de Mac Murdo, no corredor, e a porta da entrada a abrir-se. Depois, chegou-lhes o rumor de umas palavras de cumprimentos e, logo a seguir, passos estranhos e o som de uma voz desconhecida.
Então, um ruído metálico anunciou-lhes que a porta exterior da saleta fora fechada à chave.
A presa caíra na armadilha e Tigre Cormac não reprimiu uma rouca gargalhada que, embora em surdina, lhe custou uma bofetada na boca, desfechada por Mac Ginty que sussurrou:
- Imbecil! Queres estragar tudo?
Parecia-lhes que o diálogo entre o recém-chegado e Mac Murdo não tinha fim, até que este surgiu na sala com um dedo nos lábios.
A sua expressão era agora ligeiramente diferente ao fitá-los, um a um.
- Então? - resmungou Mac Ginty - Esse Birdy Edwards já cá está, ou não?
- Está sim - respondeu Mac• Murdo, vagarosamente - Birdy Edwards está aqui, na vossa frente. Sou eu!
Fez-se um silêncio tão profundo que se ouvia nitidamente o chiar de uma chaleira, num outro aposento.