O Vale do Terror - Cap. 4: Capítulo 4 – A Treva Pág. 38 / 172

Cecil Barker , mas também Ames e todos os outros), se encontrarem no local. Os senhores querem convencer-me de que, nesse curtíssimo lapso de tempo, o assassino conseguiu marcar as pegadas, abrir a janela, manchar o peitoril de sangue, tirar a aliança do dedo do morto e tudo o mais? É humanamente impossível!

- Expôs as circunstâncias com clareza - apreciou Holmes. - Sinto-me propenso a concordar com a sua opinião.

- Nesse caso, somos forçados a voltar à teoria de que o crime foi perpetrado por alguém vindo de fora. Apresentam-se-nos ainda alguns pormenores difíceis de explicar, mas deixam de ser impossibilidades.

»O homem penetrou na casa, entre as quatro e meia e as seis horas, ou seja, no intervalo entre o crepúsculo e o momento em que a ponte foi levantada. Tinham vindo algumas visitas e a porta estava aberta; nada lhe impedira a entrada.

»Talvez fosse um ladrão vulgar ou alguém que tivesse contas a ajustar com Mr. Douglas. O facto de este ter passado a maior parte da vida na América e esta arma ser de fabrico americano torna a segunda alternativa mais provável. Introduziu-se nesta sala, porque foi a primeira que se lhe deparou, e escondeu-se atrás do reposteiro. Aí permaneceu até depois das onze da noite, ocasião em que Douglas entrou na sala. Seguiu-se uma breve discussão, se houve, de facto, discussão, visto que Mrs. Douglas assegura que o marido a deixara poucos minutos antes de se ouvir o disparo.»

- A vela confirma isso - comentou Holmes.

- Perfeitamente. A vela, que era nova, não ardeu mais de dois centímetros. Ele devia tê-la colocado sobre a mesa antes de ser atacado, porquanto, de outro modo, esta teria caído com ele ao chão. Isto prova que foi assaltado ao entrar na sala.





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