- Há quase seis anos que Douglas abandonou a Califórnia. O senhor seguiu-o, um ano depois, não é exacto?
- Perfeitamente.
- E ele estava casado havia cinco anos... O senhor deve ter voltado, mais ou menos, por ocasião do seu casamento.
- Cerca de um mês antes. Servi-lhe de padrinho.
- Conhecia Mrs. Douglas, antes do casamento?
- Não. Estive dez anos ausente de Inglaterra.
- Não obstante o senhor viu-a frequentemente depois disso.
Barker olhou severamente para o polícia.
- Depois disso, encontrei-me várias vezes com Douglas - retorquiu - Se a tenho visto, é porque raramente se visita um homem casado sem ver a mulher. Se julga haver alguma, relação...
- Não julgo, nada Mr. Barker. Sou forçado a pedir informações sobre tudo o que possa fazer luz neste caso. Não tenho intenção de, ofendê-lo.
- Certas perguntas são injuriosas - replicou Barker, irritado.
-Queremos apenas factos. É do seu interesse que sejam esclarecidos. Mr. Douglas aprovava incondicionalmente a amizade que unia o senhor à sua mulher?
Barker tornou-se lívido e as suas mãos grandes e fortes comprimiram-se, uma contra a outra, num gesto convulsivo.
- O senhor não tem o direito de fazer tais perguntas - gritou. - Que tem isso a ver com o assunto que está a, investigar?
- Sou forçado a insistir na pergunta.
-E eu recuso-me a responder-lhe.
- Pode recusar-se, mas deve compreender que a sua negativa é, por si própria, uma resposta, pois não faria tal coisa, se não tivesse algo a esconder.
O rosto de Barker sombreou-se e as vastas sobrancelhas negras contraíram-se mas, de súbito, acalmou-se e sorriu.
- Pois bem! Afinal de contas, concordo que estão apenas a cumprir o vosso dever e eu não tenho o direito de criar-lhes obstáculos.