O Vale do Terror - Cap. 6: Capítulo 6 – Uma Réstia de Luz Pág. 64 / 172

- Entretanto, é pouco provável que haja uma maquinação para a qual o engenho humano não possa, encontrar explicação. Apenas como exercício mental, sem pretender que seja exacta, deixe-me indicar uma teoria provável.

«Imaginemos que, na vida deste Douglas, existisse de facto, um segredo culposo, verdadeiramente infamante. Isto induz ao seu assassínio por um suposto vingador estranho à casa. Este vingador, por motivos que ainda não consigo discernir, apoderou-se da aliança do morto. Presumivelmente a ideia da vingança podia datar da época do primeiro matrimónio de Douglas e a aliança poderia ter sido subtraída por qualquer causa com ele relacionada. Antes de o tal vingador se afastar, Barker e Mrs. Douglas entraram na sala. O criminoso devia tê-los convencido de que qualquer tentativa para prendê-lo apenas serviria para divulgar um escândalo odioso. Os dois, influenciados pelo temor, preferiram deixá-lo fugir. Provavelmente, com esse propósito, baixaram a ponte levadiça. O homem tratou de pôr-se em fuga e, por qualquer motivo, achou ser mais seguro fazê-lo a pé do que de bicicleta. Abandonou esta, onde ninguém pudesse descobri-la, até se encontrar em lugar seguro. Até aqui, estamos dentro dos limites da probabilidade, não lhe parece?

- É possível - concordei, com certa reserva.

- Devemos lembrar-nos, Watson, de que estamos diante de um caso verdadeiramente extraordinário, mas, para continuar a nossa hipótese, o par (não necessariamente culpado) percebeu, após a fuga do assassino, ter-se colocado numa posição que podia trazer dificuldades para ambos, pois, além de ser difícil provar que não tinham cometido o crime, tudo fazia crer serem dele coniventes. Assim, precipitadamente, enfrentaram a situação.





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